A industria da música, como em qualquer fábrica de enchidos, dá prioridade e visibilidade apenas a certos e determinados produtos de forma a agradar a gula do consumidor, e com esta estratégia rotineira há sempre aqueles que ficam na sombra. Os ricos e os pobres também povoam o mercado musical, e todos os anos existem aqueles que são negligenciados e omitidos enquanto outros são atirados aos flashes e medalhados com honras de estado, mesmo que tenham criado puras obras de inspiração e deleite que ombreiam com os abastados.
Apesar de a época de listas já estar fora de prazo, aqui ficam alguns nomes, de uns tantos sem abrigo, que mereciam muito mais além da caixa de frigorífico e uma lata de chispalhada de abertura difícil:
-Fredrik: Na Na Ni: soberbo testemunho pop experimental e sensorial
-Fonda 500: Je M’appele Stereo: amálgama de sons e ideias sorrindo para uns Super Fury Animals
-Son Lux: At War With Walls & Mazes: sensacional e desafiante trabalho regurgitador de sons da Anticon
-Bruno Pronsato: At War With Walls & Mazes: electrónica orgânica e com vida própria digna de um Villalobos e de um Isolee
-Larytta: Difficult Fun: electro-pop frito numa cabana africana, com os Hot Chip e os Chap a mirar
-Snowman: The Horse, the Rat and the Swan: rock pintado a negro entre a loucura e a bela dormência
-Mlle Caro & Franck Garcia: Pain Disappears: micro-house e electro-pop cândido made in França mas que dança em Berlim
-Sam Amidon: All Is Well: soberbo momento folk, feito de tradição e ambição além nebulosas
-Azeda Booth: In Flesh Tones: delicada poeira cósmica que envolve o ambiente e se deixa absorver em linha recta
-Osborne: Osborne: versátil compêndio de memórias electrónico-o-dançantes 89-08
-Populous With Short Stories: Drawn In Basic: utopia e melancolia revestida a cristal
-Sambassadeur: Migration: pop sueca romântica e coberta de sacarina
-Deadbeat: Roots and Wire: dub mutante que se move sem locomoção
-Eero Johannes: Eero Johannes: electrónica, funk, RnB e soul com traço de autor
-Arms: Kids Aflame: elegante e meticuloso trabalho feito de solidão na causa e de imensidão no efeito
-Dark Captain Light Captain: Miracle Kicker: subtis texturas com leitura folktronica e poder hipnotizante
-Lemonade: Lemonade: post-punk para dançar de cabelo em pé ao lado dos Out Hud, dos !!! e dos Professor Murder
-Takka Takka: Migration: nervo africano e inteligência Brooklyniana que rodopia e escraviza
-Sunset: Bright Blue Dream: psicadelismo pop para cérebros em forma
-Johan Agebjörn: Mossebo : electrónica cadente em paisagens intimas e isoladas
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