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Em 2000 ainda pouco se sabia da Islândia, Bjork era a única embaixadora extravagante, e Ágætis Byrjun (1999) dos Sigur Ros ainda se estava a sedimentar e a dar-se a conhecer à civilização, explodindo alguns meses mais tarde. Já os múm, inicialmente formados em 1997 por Gunnar Orn Tynes, Orvar Smarason, e pelas gémeas Gyoa e Anna Valysdottir (ambas com formação clássica, nutrindo uma especial admiração por Aphex Twin), davam a conhecer, em plena viragem de século, um novo, admirável, e misterioso rosto vindo deste país insular, que se viria, com o primor dos anos, a tornar-se numa obra-prima, e pedra basilar intemporal, no som abordado. Esta é uma obra de mestria, na arte de trabalhar,e juntar, os sons orgânicos e inorgânicos , num charme desarmante, e num misto de solidão, dramatismo, glória e alegria. Por aqui encontramos electrónica com vida própria, cliks e cuts,efeitos analógicos, acordiões, teclas, instrumentos exóticos e sem catalogação, melodias díspares, ímpetos memoráveis, e inesperadas vozes, numa viagem, plena de sentimentos em carne viva, da qual não se pode regressar. Aqui burbulham os sons da tradição barroca, da humanidade em exaspero,dos glaciares gotejantes, dos vácuos ocupados, dos navios a rasgarem os oceanos, dos nevoeiros convidativos, dos fantasmas com gente dentro, dos múrmurios das folhas, das memórias de pureza, das luzes de um farol, de bicicletas em câmara lenta, onde cada segundo é vital. Os mum vieram oferecer cumplicidade e afecto desmedido a uma electrónica que se conhecia, nesta fase, mais distante e altiva, conseguindo ainda este efeito no seu segundo trabalho Finally we are no one (2002), mas depois deste...no one.
Em 2005, este trabalho foi alvo de nova edição (mais polida e retrabalhada) pela Morr music, e em 2008 dá-se de novo a descobir, em mais uma reedição, para que ninguém esqueça uma das melhores peças musicais (em 10 mágicas faixas, em círculos que envolvem) que os ouvidos ousaram conhecer.