XL, 2008 Ezra Koenig, Chris Baio, Rostam Batmanglij e Chris Tomson, nova iorquinhos, formaram a banda (extraindo o nome de um filme) nos princípios de 2006, enquanto estudavam na Columbia University, começando logo aí, no seu respectivo local de ensino, a dar concertos em livrarias, corredores, quartos e festas diversas. Foi desta forma que a palavra se começou a espalhar, e o nome Vampire Weekend começou a atingir anormais picos de curiosidade, até ser apanhado pela rede da estimada XL recordings, lançando de imediato um EP, The Mandard Roof, que ainda estimulou mais o inquieto apetite que por eles já abundantemente flutuava. A expectativa por um longa-duração era imoderada, e toda a gente (pelo menos as dotadas de percepção auditiva) aguardava por mais mistura de indie rock gracioso, afro-pop ilustrado, new wave, e melodias e ritmos infecciosos. Todo este buzz e hype culmina, ou melhor, começa agora (com pés de betão) com o seu album homónimo, pronto a evidenciar que os rumores tinham suporte, que a promessa afinal tem uma densidade impermeável, e que o início do ano daria de caras com um candidato a melhor de 2008, sem votos em branco. Tudo aqui é lacónico, preciso, concentrado, refrescante, urgente, cintilante e ardente, de gestos velozes e certeiros, trabalhado de uma forma meticulosa e peculiar, que apela ao empolgamento súbito (mental e corporal-corporal e mental). A estes miúdos, negros não negros, já lhes podem dar os canudos, louvai, louvai...Love-aiai (suspiro)...
Video: A-Punk
Sambassadeur Migration Labrador,2008 Foi no Outono de 2003 que Joachim Lackberg, Anna Persson, Daniel Permbo e Daniel Tolergard, oriundos da Suécia, deram início à sua doçura ePOPesca, sendo a labrador records (casa de artistas como Radio Dept., Club 8, Mary Onettes, Edson, entre outros) o seu habitat ideal para o ínicio desta encantadora aventura. Como bons Suecos que são, e indo buscar influências a Magnetic Fields, Belle&Sebastian, The Go-Betweens, escavam no gelo de 1980, no seu pulsar electrónico, e retiram dele sonhos amachucados, risonhos dramas, romances adormecidos, memorável melancolia, e renovada nostalgia. Envolvendo lustrosos acordes, metódica percursão, rosada orquestração, e delicados adornos, no aéreo e inocente fôlego de Anna Persson é criada uma obra (a sua segunda) de sucinta sintonia. Gentis texturas, em recortes confidentes, recordam tristezas afins, mas também esperança, numa gentileza activa que cativa a cada decibel. Para deixar entranhar longe do sol...
A questão é lançada, e ao terceiro album o quarteto British Sea Power desprende-se de algumas fórmulas mais irascíveis, apontando armas ao triunfo da melancolia e da euforia, criando um registo de proporções épicas. Desde o primeiro registo (nomeadamente o fantástico The Decline of British Sea Power) os BSP são reconhecidos por recriarem musicalmente dois pólos, o sossego e o furor, o regular e o sobressalto, o distanciamento e a chama, conseguindo agora a perfeita coesão entre os extremos, esticando-os ao máximo, e sem os romper. Os trabalhos anteriores, apesar de matematicamente perfeitos (sendo o primeiro superior ao segundo, Open Season-mais imponderado) mantinham uma certa distância do afecto óbvio e da continuidade, mas aqui a chama é inusitada e a fluidez arrebatadora, e onde o passado era intrigante, o presente é agora claro e colossal. Deixando de lado as poses arty, mas não perdendo a rígida personalidade, os BSP soltam-se numa produção avantajada, de arranjos e detalhes expressivos, com vista à largueza das arenas, mas de uma intimidade e estreiteza tal que sentimos petrificados os ininterruptos enfartes apaixonados da banda Britânica. Rock que arde nos olhos!
Video. Waving Flags
Helio Sequence Keep Your Eyes Ahead Sub Pop, 2008 Brandon Summers, vocalista, teve um problema vocal durante a tourne do seu primeiro registo, Love and Distance de 2004, e foi aconselhado a não cantar durante alguns meses, o que levou o mesmo a escolher um novo trilho para o seu registo vocal, e a colocar todo o seu potencial na precisão e no pormenor dos seus trabalhos, em detrimento da anterior face aguerrida. Toda esta contenção é agora expressa neste LP, em organização e versatilidade, mas desengane-se quem pensa que a audácia e o vigor foram perdidos, pois eles estão todos aqui, mas bem ocultos, e embrulhados numa simplicidade voraz. Os quatro anos que passaram ofereceram aos Helio Sequence uma maturidade refrescante, e uma capacidade de concentração e precisão notáveis, sendo que a experimentação passada, dá agora lugar a um charme, e solidez desarmante. As suas 10 faixas, de produção despretensiosa, pautam-se pelo lo-fi, indie-pop, dream-pop, synth-rock, folk, sendo fantástico assistir a uma banda que consegue tanto com tão pouco. Não é um album imediato, é um organismo que requer atenção, mas para quem se oferece a ele, a recompensa é enorme, com tendência a propagar-se a cada audição. Esta é uma simples semente que dá origem a uma planta carnívora.
Migos: Shocking Pinks, Vikings, James Dean, Marlon Brando
Nimigos: People
Predilecções: Happy Melancholy Já Parido: Airwalkers EP, 2007
A Parir: A Place Where We Could Go (11 faixas-29m duração), Maio 2008 A Soar: Indie electronic, Indie pop, 1950s-style mood, garage-rock, vintage singer-songwriter, lo-fi, old movies and novels, beauty simplicity, intelligent, concise, melodic, distinctive & ravishing music.
Como é que pode, uma voz temperamental, acre, e por vezes irritante, junta a uma panóplia de fartos efeitos sonoros, criar tanto entusiasmo?Pode, porque nos chateia, porque nos faz gostar, porque nos faz dançar,e porque não é comum um album trazer á superfíce tantas emoções contraditórias . Muscles é incapaz de ceder á serenidade e quietude, obtando antes, e sem receios, pela testosterona, pela euforia, pela rudeza, pelo acne, pelo desconcerto, pelo instinto, pela emoção aberta, a nível sonoro e de lyrics. Aqui tudo é musculado, o synth pop, o electro, o dance pop, os restos de rave, lembrando por vezes uns Lo-Fi-FNK, ou uns Soulwax, mas mais despenteados. Este é um registo pouco sofisticado, e por vezes de díficil audição (mas só mesmo para os mais sensíveis a colunas de som com 10 metros de altura), mas tremendamente honesto e eficaz, de alguém que percebe e compreende a essência da música que se dança com um olho negro e um sorriso no rosto.
To fucking&dancing.
Single: Sweaty
White Williams
Smoke
Tigerbeat6, 2007
Joe “White” Williams, é um petiz de 24 anos de idade, que ao longo da sua, ainda curta vida terrena, escutou, absorveu e pilhou diversas referências sónicas, muitas delas fora do seu tempo, que se traduzem agora neste seu primeiro LP, Smoke, todo ele escrito, composto e produzido pelo mesmo. Ao contrário dos seus amigos de concertos, Girl Talk e Dan Deacon, WW explora aqui a faceta mais visonada da electrónica, e enquanto os concertos dos seus buddies leva a multidão à vertiginosa euforia e dessincronização de movimentos, os seus são de uma radioactividade mais ordeira e singela, que levam a movimentos mais sumptuosos e estilisticos. Aqui o lhe interessa não são as manchas de som, ou os rasgos sonoros, mas sim a construção em mosaico, e a aguçada leitura Pop, indo buscar peças ao funk, ao groove, ao rock, ao worldbeat, ao glitch pop, todas eles vestidas por máquinas glamorosas. A sua voz, que acompanha as 11 faixas do LP, soa em registo e atitude à de Beck, e a capacidade inventiva de Smoke não lhe fica a dever em nada. Tudo isto pode soar a nostálgico e retro, mas WW consegue aqui algo de criativo e fresco, para escutar exteriormente e dançar introspectivamente, com estilo.
É oficial, a Austrália entrou directamente para o pódio dos países de onde saíram, no passado recente, os projectos mais interessantes a nível musical, juntando-se assim ao Canadá e à Suécia! Aos internacionais Cut Copy (os extremos rápidos), The Presets (os possantes centrais) e os Midnight Juggenauts (os criativos) juntam-se agora uma nova geração de jovens promessas: Van She, Muscles, Damn Arms e Bumblebeez.
Equipa ao pormenor:
1- Midnight Juggernauts:
Lançaram um disco, no final do ano passado, que é tão bom quanto estranho é o nome da banda. Dystopia é fantástico do primeiro ao último segundo e tem a particularidade de nos conseguir fazer voar para outra galáxia sem a necessidade de recorrer a substâncias psicotrópicas ou aspirina com coca-cola.
2- Cut Copy.
Está prestes a ser editado na Europa In Ghost Colours. Já belisquei aqui o disco há dias e agora estou em posição para dizer bem alto que é fabuloso. Mistura passado, presente e futuro de uma doce pop-electrónica que faz sonhar até os mais cépticos.
3 – The Presets
Ainda temos que esperar até Junho por Apocalypso, o longa duração dos Presets. A avaliar pelo material que foi dado a conhecer não há motivos para duvidar que não vai baixar a fasquia elevada dos referidos em cima! My People e This Boy’s in Love são tão diferentes quanto excelentes.
4 – Van She
É um nome mais associado a remisturas do que propriamente a originais...mas têm alguns e muito bons Kelly, Sex City e o recente Strangers são o exemplo disso e mostram os rapazes num binómio banda-canção ao invés daquilo que nos habituaram com as (quase todas) excelentes remixes. Têm album com edição agendada para com o título “V”.
5 – Damn Arms
Foram recrutados pelos Juggernauts para os acompanharem na tour e editaram, na Austrália, o álbum “The Live Artex”. Parecem-me bastante consistentes e com muito potencial!
6- Muscles
(waiting for paxxxeco)
7 - Bumblebeez
Uma banda constituída por dois irmãos nos primórdios, o adjectivo que melhor lhes assenta é: divertido! Pelo menos é a palavra que me vem à cabeça quando ouço a sua música. Mesmo sem os levar muito a sério merecem uma audição.
Fantástica colaboração, private session, entre assanhados !!! e o imperial The Field em Brooklyn...também os quero na minha cave...só para mim!!!!! O que daqui saiu, não tem nome, mas também não precisa, dado o encontro espontâneo entre estes 2 monstros! Não há mais pontos de exclamação para tamanho date!!!