terça-feira, 6 de maio de 2008

New Violence?

Muscles
Guns Babes Lemonade
Modular, 2007
Como é que pode, uma voz temperamental, acre, e por vezes irritante, junta a uma panóplia de fartos efeitos sonoros, criar tanto entusiasmo?Pode, porque nos chateia, porque nos faz gostar, porque nos faz dançar,e porque não é comum um album trazer á superfíce tantas emoções contraditórias . Muscles é incapaz de ceder á serenidade e quietude, obtando antes, e sem receios, pela testosterona, pela euforia, pela rudeza, pelo acne, pelo desconcerto, pelo instinto, pela emoção aberta, a nível sonoro e de lyrics. Aqui tudo é musculado, o synth pop, o electro, o dance pop, os restos de rave, lembrando por vezes uns Lo-Fi-FNK, ou uns Soulwax, mas mais despenteados. Este é um registo pouco sofisticado, e por vezes de díficil audição (mas só mesmo para os mais sensíveis a colunas de som com 10 metros de altura), mas tremendamente honesto e eficaz, de alguém que percebe e compreende a essência da música que se dança com um olho negro e um sorriso no rosto.
To fucking&dancing.

Single: Sweaty



White Williams
Smoke
Tigerbeat6, 2007
Joe “White” Williams, é um petiz de 24 anos de idade, que ao longo da sua, ainda curta vida terrena, escutou, absorveu e pilhou diversas referências sónicas, muitas delas fora do seu tempo, que se traduzem agora neste seu primeiro LP, Smoke, todo ele escrito, composto e produzido pelo mesmo. Ao contrário dos seus amigos de concertos, Girl Talk e Dan Deacon, WW explora aqui a faceta mais visonada da electrónica, e enquanto os concertos dos seus buddies leva a multidão à vertiginosa euforia e dessincronização de movimentos, os seus são de uma radioactividade mais ordeira e singela, que levam a movimentos mais sumptuosos e estilisticos. Aqui o lhe interessa não são as manchas de som, ou os rasgos sonoros, mas sim a construção em mosaico, e a aguçada leitura Pop, indo buscar peças ao funk, ao groove, ao rock, ao worldbeat, ao glitch pop, todas eles vestidas por máquinas glamorosas. A sua voz, que acompanha as 11 faixas do LP, soa em registo e atitude à de Beck, e a capacidade inventiva de Smoke não lhe fica a dever em nada. Tudo isto pode soar a nostálgico e retro, mas WW consegue aqui algo de criativo e fresco, para escutar exteriormente e dançar introspectivamente, com estilo.

Single:New Violence

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