Hopes: depois de obras marcantes como 604 (mais abrasivo e vintage) e Wiching Hour (mais sofisticado e melodramático), que mostraram e devidamente isolaram os Ladyton de muitos copycats, bem como denunciaram a apetência musical dos mesmos, é curioso assistir ao próximo passo, e progressão, da banda, mas com a garantia de algo extraordinário.
Ladytron words: "Velocifero definitely sounds like Ladytron. Danceable, sad and glittering. Velocifero has some electronic elements in the sound spinning around some Gary Numan, Human League and Kraftwerk".
The Notwist
The Devil, You + Me
5ºLP
Label:City Slang
Produced by: Notwist & Andromeda Mega Express Orchestra Date: 17 of June
Tracklist:
01 Good Lies
02 Where in the World
03 Gloomy
04 Alphabet
05 The Devil, You & Me
06 Gravity
07 Sleep
08 On Planet Off
09 Boneless
10 Hands on Us
11 Gone Gone Gone
Hopes: um dos mais esperados do ano, senão o mais aguardado, devido essencialmente à obra-prima que arrojaram em 2002 (Neon Golden). Esta obra singular e rara acabou por se tornar num marco, originando diversas bandas que almejaram este pódio. Só se pode esperar mais um sereno e geométrio apocalipse musical envolvido pela voz de Markus Archer. Notwist words: "tension between electric guitars and electronic bleeps, between human vulnerability and android perfection".
Quatro anos depois, da edição do seu primeiro LP-The Fall of Math, os Britânicos 65daysofstatic são agora libertados do piso molhado da sua pátria (que já lhes conhece e reconhece a potência e o potencial), para os restantes e arejados cantos do mundo. Depois deste seu registo de estreia já regurgitaram mais três (Hole, One time for all Time, e The destruction of small Ideas, todos pela Monotreme records), sendo que se preparam para lançar proximamente um Ep de seu nome, The Distant and Mechanized Glow of Eastern European Dance Parties. É díficil compreender como é que tamanho monstro, eufórico, primitivo, cerebral, ainda não tinha invadido e devorado os lóbulos da civilização consumidora de música. Finalmente a coragem foi adquirida e já há quem consiga olhar e escutar o negro e intempestivo grunhido do monstro...
Entranhas: post-rock/math-rock/electronica/noise/melodie Fights: Mogwai vs Squarepusher vs Explosions in the sky vs Aphex Twin
Encyclopedia Pictura é um genial (e repito o genial) fresh grupo de filmakers sediados em São Francisco que se dedicam à sublime bizarria visual, tendo já elaborado algumas curtas-curtas-metragens, na sua fase inicial, sendo que actualmente, entre outros trabalhos, mergulham no espectro da música, tendo já assinado 3 vídeos, para Bjork (2008), Grizzly Bear (2007) e Seventeen Evergreen (2006). Toda a sua obra é de um deslumbramento assolador, sendo que aqui ficam 3 vídeos para quem quiser ficar estarrecido. Particular atenção para a masterpiece Wanderlust para a queen dos vídeos de excelência...Bjork.
Encyclopedia Pictura:
Fields of Interest: Virtual Reality, Psychokinetic Energy, Cryptozoology, Natural Geometry, Psychedelic Shamanism, Fruit Sandwiches.
Booka Shade The Sun & The Neon Light 3ºLP Label:Get Physical Produced by: Booka Shade
Date: 27 de Maio Tracklist: 01 Outskirts
02 Duke
03 Dusty Boots
04 Control Me
05 Solo City
06 Redemption
07 Charlotte
08 The Sun & The Neon Light
09 Sweet Lies
10 Karma Car
11 Psychameleon
12 Planetary
13 Comacabana
14 You Don't Know What You Mean to Me (J's Lullaby)
Hopes: depois de um trabalho tão marcante e famigerado como Movements (2006), só se pode esperar mais bifurcações musicais que bem podem respirar sobre as pistas de dança, bem como sobre o aconchego dos headphones.
Booka Shade words: "third album promises to take a more song based approach, mingling orchestras, voices and acoustic instruments with electronic textures".
Ellen Allien
SOOL
4ºLP
Label:Bpitch Control
Produced by: Ellen Allien & AGF
Date: 27 de Maio
Tracklist:
01 Einsteigen
02 Caress
03 Bim
04 Sprung
05 Elphine
06 Zauber
07 Its
08 Ondu
09 Frieda
10 MM
11 Out
Hopes: depois de pedras basilares como Berlinette(2003) e Thrills (2005), e a fantástica comunhão com Apparat em Orchestra of Bubbles (2006), só se pode esperar mais líquido, gás e plasma electrónico de alta esfera. Ellen Allien words: "Sool is a phantasm, a creation, which reflects the album's atmosphere, and also my person." , "Subtle, mysterious, minimal".
Parece que só agora o resto do mundo, e sistema solar orbitante, deu de ouvidos com Robyn, uma tal de Sueca (outra vez não!!!) que desde 1997 andava perdida e com jet lag no seu país de origem. Agora que o seu album de 2005 é reeditado (de seu nome Robyn...ora pois, para ser original) é o encantamento generalizado, e o seu nome preenche os mais requesitados e afamados festivais. Pode parecer Madonna, mas não é, pode parecer Gwen Stefanni, mas não é, pode parecer Destiny Child, mas não é, pode parecer produzido pelo Timbaland, mas não é, pode parecer relevante e viciante, ah pois é... Porque: -quem tem títulos de músicas como: Konichiwa Bitches, Cobrastyle, Crash and Burn girl, não engana -quem tem músicas produzidas por Karin e Olof, aka The Knife, não engana -quem tem músicas remixadas por Trentomoller, não engana -quem trilha sozinha e cria uma editora própria, não engana Fantástico manifesto da sua emancipação!...Pop para adultos apenas!
quem, nos dias que correm, não tem uma página no hi5 com fotos todas catitas, de preferência de perfil tipo panqueca, do ângulo mais aprazível e vertiginoso, com posições e posturas de Yoga(ou melhor de Circo Chen), ou com torcicol à Horatio (do CSI Miami), algumas manipuladas, algumas mui pouco genuínas (eu próprio tenho...mas sou de um narcisismo quasi-mórbidus conscientis), mas sempre de uma honestidade e realidade desarmantes (pois,pois)...este é o verdadeiro mundo da distopia! Aqui fica um exemplo (ou melhor três), dignos de mostrar ao criador do Hi5 ("foi para isto que criaste esta Pandora?")...soberbo!!!!
Os Birtânicos "outsiders" These New Puritans, já andavam a deixar migalhas filosóficas desde o ano passado, e a abrir o apetite para o que viria a ser este Beat Pyramid. A consagrada editora, Domino Records, é que não perdeu tempo em lhes abrir a porta e as janelas, e os levar para sua casa, o que já era demonstrativo da sua capacidade latente. E, para agrado próprio, não se enganaram, uma vez que estamos perante uma energia ímpar cravada nas 16 faixas (algumas delas efémeros e transitórios objectos instrumentais estrategicamente colocados) que compõem o seu longa duração de estreia. Comparados a The Fall, Wire, Liars, Clinic, Gang of Four,New Order, Joy Division, Klaxons, e até Bloc Party (mas apenas no tipo de combustível utilizado) entre outros, These new Puritans são todos estes rostos e mais alguns, mas com uma intelectualidade muito própria e evidente. Agarrando no Post-Punk, no New Wave, no Rock experimental, no Hip Hop, no dubstep, bem como nos vazios que existem entre estes estilos, os TNP manobram sons, texturas electrónicas, e lyrics monstruosos criando um misto de mistério e paranóia pura. Cada faixa é um portento, em agilidade, insistência, velocidade, ritmo, desenvoltura e dimensão, que se auto-destroi rapidamente (a maioria das faixas não ultrapassa os 3 minutos de duração). Sharp...Sharp...Sharp...
Single: Elvis
THE MAE-SHI-hlllyh, Moshi Moshi Records 2008
Happy With the Machines Por favor começar pela faixa 8, Kingdom Come, 11m:37s de tudo o que os Mae Shi são na actualidade e que exprimem, perdidamente, neste seu registo; nesta faixa apenas fazem Zip a tudo o que o Lp derrama, condensando aqui o que muita boa banda não consegue em 10 faixas completas, 10 albums anexos, e 10 anos de carreiras, um compêndio perfeito! Estes 6 gatunos (sem contar com os amigos de serviço, também eles gatunos), nem sempre foram tão "simpáticos e aprazíveis" como se ostentam agora, os seus Records anteriores eram mais anarquistas, turbulentos, desorganizados e ruidosos , parece que neste caso a metadona fez-lhes bem. HLLLYH (título desarranjado e indecifrável), é, como a cover art denuncia, multicolor, mas as trinchas aqui aplicadas não são para pintar, são para agitar involutariamente, espécie controlador de tráfico aéreo com excesso de cafeína. Aqui junta-se a fúria de uns Blood Brothers à afeição de uns Animal collective, a programação de um Yamaha às memórias de um Nintendo, o Spazz-core ao Pop, o delírio à melodia, a voz(disfuncional) ao estrondo. A experimentação aqui é muita, a bizarria aqui é muita, a originalidade aqui é muita, a satisfação aqui é tremenda! Uma das melhores brochuras de 2008 (digo eu!).