Extraindo o nome de um jogo de video Atari, de 1983, Ethan Kath e Alice Glass (de Toronto) juntaram-se na Primavera de 2005, lançando de imediato algumas demos, directamente para o Myspace, e aguardando que alguém desse pela sua fusão electrokid noise com golpes pop. Depois de algumas remixes (para nomes como Klaxons, Liars, The Whip, Goodbooks, Uffie, Health e Bloc Party) , que expunham a sua capacidade manipuladora de botões já sem cor, e shows, com gente como os The Presets, Metric, entre outros, os CC dão-se agora a conhecer em formato LP. O seu primeiríssimo era o que se esperava, de quem os tem acompanhado nos últimos meses, num registo que mistura nostalgia, oriunda de jogos de vídeo (quando estes eram realmente desafiadores e proporcionavam a criatividade...olá space invaders), e dance grooves electrónicos, num pastiche retro-futurista. O conforto aqui é pouco, o discernimento ilegível, a música pixelizada até à seiva apodrecida, na voz de Alice, expressiva, melódica, mas de fracturas expostas, que produzem sessões de dança epilépticas. Aqui todos os elementos (de roupa escura e rasgada), indie electronic, punk rock, trash, electro-punk, 4/4 beat , noisy techno, ’80s synth-pop, bleeps, bloops, e noise, são pontapeados ao mesmo tempo que acarinhados, num criativo equilíbrio bipolar. 16 faixas de um universo complexo, caótico, apocaliptico, imprevisível, de pulso acelerado, e num acesso curto-circuito, para dançar e gritar ao mesmo tempo. Welcome to the dark side!
C from: Clark
Turning Dragon
Warp, 2008
O Britânico Chris Clark auto-intitula-se uma espécie de perfeccionista, e desde 2001, vira laptops de avesso criando uma electrónica imersa em tensão, numa luta desesperada entre a luz e a escuridão. O seu primeiro registo, Clarence Park de 2001, era o caos baralhado, e a primeira amostra de alguém, promissor, que batalhava ferozmente contra frios oceanos de ruídos, criando um trabalho que era mais uma experiência de laboratório sem etiquetas nos químicos usados. Alguns anos passados (entre outros Lps e Eps), Clark alcança 2006 um trabalho , Body Riddle, mais ordeiro, fluído e cauteloso, com texturas mais mornas e instrumentos acústicos, evidenciando a sua inata capacidade na tapeçaria sonora. Em 2008, Clark sacode a suavidade anterior e regressa às origens mais abrasivas, e onde o passado recente era mais humano, asseado, e correcto, o presente é agora mais maquinal, desordeiro e movido a suor e sujidade. Aqui, tudo é imediatamente irregular, negro, abstracto, corrosivo, feroz, em agressão contínua, como que a lembrar que Clark afinal é mais osso, de metal inoxidado, que carne, como dava a crer em 2006. Todo este galvanizado enredo, e complexidade sónica, pode soar estranha, distante, e até repelente, mas cada pedaço, ou melhor estilhaço, que Clark coordena, é um afiado compêndio de electrónica em propulsão, de raízes tecno (nomeadamente dos anos 90, e o hard tecno), e todos os ruídos que fielmente o acompanham, entre recortes de hip/hop, funk, IDM, industrial e estática. Esta é a exclamação do excesso e a purificação da potência, a massa cinzenta espalhada numa pista de dança em pleno Judgement Day. Deliciosa soda cáustica, sem retorno de eco, para os ouvidos!
Na memorável época de 1998/1999 as “house partys”, iluminadas por strobes fornecidos pela personagem mítica que se dava pelo nome de Assassino do Mosquetão, eram alimentadas musicalmente por um grupo restrito de artistas (a internet era, ainda, coisa do futuro) mas, entre eles, havia um nome, uma música que levava os presentes ao êxtase. PNAU e Sambanova, respectivamente, eram responsáveis por provocar orgasmos múltiplos até mesmo aos mais pudicos...e toda a gente dançava...e a música tocava...uma e outra vez! Então digam lá se isto não vos traz muitas e boas memórias?!
Depois deste interlúdio a invocar o lado mais pessoal dos denominados “contribuidores” ou, como eu prefiro chamar-lhes, masturbadores verbais, vamos lá falar do regresso dessa lenda viva (pelo menos para meia dúzia de nós) que é PNAU. Os Australianos lançaram, no final do ano passado, o homónimo PNAU. Dificilmente algum dos temas nos levará à loucura como levava Sambanova mas, em compensação, os restantes temas são quase todos superiores aos (restantes) antigos! Assim, fica aqui a amostra ‘With You Forever’ que é, na minha modesta opinião, muito adequado para começar uma qualquer noite do Verão que tarda em chegar.
Acabo de descobrir uma pérola do Disco que data do longínquo ano de Mil Nove Sete Nove!! Hiper dançável, mega contagiante, muito groovy, o tema 'Everybody Get Dancin' pertence a uns senhores do Canadá, de seu nome The Bombers. Dos dois vocalistas ninguém tem notícias mas, sobre um dos outros membros, sabe-se que mais tarde trabalhou com Céline Dion. Assim, prefiro ficar por aqui antes que a coisa descambe à séria! Passando ao que interessa, com este som vale tudo e abanar apenas o pé não chega.
Duas boas novidades vindas da Noruega! Novo single de Annie para álbum a lançar em Julho e uma remix nova para uma música de The Whitest Boy Alive aka Erlend Oye. Aquela que se preparava para ser nova rainha da pop segundo alguma imprensa parece que, afinal, não estava para ai virada e optou por seguir um caminho muito menos mainstream. Como nós nesta casa valorizamos isso, palmas para o regresso da menina com este original 'i know urgirlfriend hates me' remixadissimo, e muito bem, por uns rapazes que, tudo indica, vão dar que falar nos próximos tempos e também merecem ser seguidos com atenção, Get Shakes. Já foram só Shakes mas, quem sabe devido a problemas com os Shakes portugueses (ou não), decidiram proceder ao aditamento.
O rapaz mais branco que o planeta conhece (para os mais distraídos a foto é de Kele Okereke vocalista dos Bloc Party), pelo menos ele gosta de acreditar que sim, embora eu não compreenda o orgulho em tal fisionomia, aparece com 'Golden Cage' (está incluída no álbum Dreams) remisturada por Fred Falke. Esta versão resultou num trabalho fantástico e completamente viciante. Altamente recomendável!
A cortesia dos dois temas é do nosso amigo favorito, Discodust. Passem por lá para um abraço mais caloroso e aproveitem para fazer o download de muita e boa música (apenas para consumo próprio!).
Band site: http://www.paavoharju.com/ Migos: Tuote Savonlinna, Saimaa, Miekkoniemi, Tove Jansson, Caspar David Friedrich, John Bauer, William Blake, Hugo Simberg, The Shadows, Burzum, Spede Pasanen, Boards Of Canada, luola, Es, Tapio Rautavaara, Raamattu, Deaf Center, Ville Leinonen,, Portishead, Joose Keskitalo, Winsor McCayn Pikku Nemo, Miasmah, Siionin virret, Badding, Ingmar Bergman, Pupsi-Jussi, Deathspell Omega, Ragnar Rock, Ed Gein, kuolema Nimigos: FM Predilecções: AM radio transmission
Já Parido: Yhä Hämärää, 2006
A Parir: Laulu Laakson Kukista, Junho 2008
A Soar: Avant-garde/Modern Composition/Minimalism/Sounds of raindrops falling on sheet metal roof melted together with old television's random-dot-pattern-noise/ dusty rooms/ Catowls gathered to the sky, appletrees were blooming and waves rocked a barrell against the pier/ esoteric /cassette magnetic tape/ cold winds rose/ lo-fi/ hazy psychedelic/ underground.
Label:Arts&Crafts Produced by: Canning, Ryan Kondrat e John LaMagna Date:22 de Julho
Tracklist: 01 Something for All of Us 02 Chameleon 03 Hit the Wall 04 Snowballs & Icicles 05 Churches Under the Stairs 06 Love Is New 07 Antique Bull 08 All the Best Wooden Toys Are Made in Germany 09 Been at It So Long 10 Possible Grenade 11 Take Care, Look Up
Hopes: depois de dar a conhecer, nomeadamente, um album de inevitável referência como You Forgot It in People (2002), e escancarar as portas do Canadá a outros conterrâneos seus, dando início a uma avalanche de matilhas tocantes e cantantes, os BSS, apresentam um novo elemento, de seu nome Brendan Canning, juntando-o aos múltiplos cromossomas dotados já existentes na banda. Dos BSS só se pode esperar mais convulsão sonora, mais instrumentos infinitos, mais variedade gritante, e mais desfrute auditivo, altamente contagioso. BSS words: "welcome again".
Wolf Parade At Mount Zoomer 2ºLP Label: Sub Pop Produced by: Wolf Parade Date: 17 de Junho Tracklist:
01 Soldier's Grin 02 Call It a Ritual 03 Language City 04 Bang Your Drum 05 California Dreamer 06 The Grey Estates 07 Fine Young Cannibals 08 An Animal In Your Care 09 Kissing the Beehive
Hopes: Depois de um primeiro registo (Apologies to the Queen Mary? 2005), digno de dispersas euforias, e de outros projectos de Dan Broeckner (Handsome Furs), e Spencer Krug (Sunset Rubdown, Frog Eyes, Swan Lake), a armada volta a juntar-se para mais doses de indie-rock em contínua ebulição, e disparidades múltiplas. Como curiosidade, o album foi gravado na igreja pertencente aos Arcade Fire (seus compinchas), e onde os mesmos gravaram Neon Bible. Wolf Parade words: "this is not Apologies to the Queen Mary part.2."
Islands Arm's Way 2ºLP Label: Anti Produced by: Islands & Ryan Hadlock Date: 20 de Maio Tracklist: 01 The Arm 02 Pieces of You 03 J'aime Vous Voire Quitter 04 Abominable Snow 05 Creeper 06 Kids Don't Know Shit 07 Life In Jail 08 In the Rushes 09 We Swim 10 To a Bond 11 I Feel Evil Creeping In 12 Vertigo (If it's a Crime)
Hopes: Depois de extintos os Unicorns, e após o primeiro album dos art-rockers Islands, de seu nome Return to the Sea (2006), só se pode esperar mais psicadelismo pop, supresas a cada esquina, extremos que mal se tocam, ambição e produção pujante. Islands words: "it's a physical record. It's someone plunging your face into a river and rescuing you. If *Return to the Sea* was the water record, this is the bodies."
Já que estou com a mão na massa e com a pedalada toda, quero partilhar com voçês este projecto que o pessoal da Finlândia anda a preparar. Eu penso que o titulo diz tudo mas a história é a seguinte. Em 1945, percebendo que iam perder a guerra os nazis enviaram para a Lua os melhores e mais espertos de todos para construírem uma base e desenvolverem a sua tecnologia militar de modo a invadirem a Terra. Pelos vistos esse dia chegou em 2018. Agora digam lá se esta premissa não é estupenda. Um bando de nazis no espaço a prepararem uma invasão ao planeta Terra. Melhor que isto só se os nazis tivessem um exército de NINJAS a ajudá-los e na Terra estivesse um grupo de enfermeiras lésbicas bastante avantajadas e peritas em guerrilha urbana para lhes fazer frente. Já me esquecia o líder deste grupo destemido de guerreiras seria o Chuck Norris. Agora digam lá se não estão a ter um orgasmo cerebral só de pensar no que poderia ser o filme perfeito. Qual Citizen Cane, qual Padrinho, este filme é que bombava . Vejam então este delicioso teaser de IRON SKY.
Pois é bebés, o momento porque todos esperavam...o meu 1º POST. Antes de mais deixei-me esclarecer este entusiasmo. Quem me conhece sabe que eu sou um grande fã daquele pecado mortal intitulado de PREGUIÇA, ou seja, sou um grande langão, e isto associado a uma grande diarreia mental que tive, fez com que ainda não tivesse iniciado as hostilidades neste espaço. Ao contrário dos outros dois artistas que escrevem para este grandioso estabelecimento cultural, a minha área de expertise pende mais para o visual do que para o áudio e por isso vou deambular basicamente pelo cinema. E agora sem mais demoras aqui vai o meu primeiro devaneio literário.
Apesar do conteúdo deste blog ser mais alternativo, quero partilhar aqui a minha opinião sobre este filme...IRON MAN, que apesar de ser um blockbuster da época balnear, e podemos considerar que este tipo de filmes geralmente são um pouco ocos e sem substância, esta película está muito bem feita. Tem as doses correctas de acção, humor, de romance e principalmente tem substância, mas além de tudo tem Jon Favreau e Robert Downey Jr.. Jon Favreau ao contrário do que muita boa gente pensava fez um excelente trabalho, porque ele trouxe a sensibilidade necessária para este projecto e o homem percebe e compreende o macho chauvinista alcoólico e playboy. Apostou em Robert Downey Jr. para o papel de Tony Stark, o que muita gente também não concordou e mais uma vez acertou na mouche. Vamos lá a ver é o Robert Downey Jr., este gajo é excelente e um brilhante actor na minha opinião. Tony Stark é um playboy alcoólico, ou seja, gosta do seu copo e gosta de gajinhas e ao mesmo tempo é um super herói e o senhor Downey Jr. encarnou este personagem de maneira fabulosa com o seu judo verbal e o seu jogo de cintura, conseguindo fazer a mais perfeita transição de um herói da Marvel dos comics para o ecrã. Temos também Jeff Bridges, com a sua imponente careca e a sua barba farfalhuda, e este senhor é um dos grandes, interpretando aqui o vilão de serviço que é um grande sacrista. Há ainda a Gwyneth Paltrow de quem eu nunca fui grande apreciador mas neste filme até lhe dava uma oportunidade (se me estão a perceber), temos o Terrence Howard como Jim Rhodes, temos a SHIELD, temos o Happy Hogan, os três fatos do homem de ferro, a referência ao War Machine, está tudo aqui, até o já habitual cameo de Stan Lee. Bom não me vou alongar mais. Vão ver o filme e esperem pelo fim dos créditos e vão ter uma agradável surpresa. Até ao próximo programa.