quarta-feira, 28 de maio de 2008

UK Karate-Kids

Foals
Antidotes
Sub Pop 2008
Oriundos de Oxford, UK, os amigos de longa data Yannis Philippakis, Jack Bevan, Edwin Congreave, Jimmy Smith, e Walter Gervers, iniciaram actividades em 2006, sendo que o seu rock matemático de medula pop levou-os incialmente para a Transgression Records, onde lançaram dois singles (Hummer e Mathletics). Contudo, e com a atenção despertada em Inglaterra, os Foals rumaram até Nova Iorque para gravarem o seu LP sobre a orientação e tutela do produtor Dave Sitek (guitarrista dos sublimes Tv on the Radio), sendo de imediato agarrados pelos sagazes dentes da consagrada editora Sub Pop, onde residem actualmente. Sitek, com a sua peculiar qualidade e capacidades diversas, conseguiu incutir, nos Foals, uma presença sónica vibrante, introduzindo, num som já de si inquieto e excitante, saxofones, suaves teclas, e alguns elementos electrónicos, conseguindo evitar o sufoco próprio da banda, e doseando correctamente, e com os elementos certos e infalíveis, cada uma das faixas. Yannis Philippakis, vocalista e guitarrista, é um um portento em voz, oferecendo uma energia única e traço especifico ao album, esbanjando-se ora em tempestade(altiva), ora em bonança (confidente), dependendo da intensidade da faixa. Os Foals só conhecem dois tipos de velocidade, a ultrasónica e a pausada, obtando pela desconstrução e amplificação sonora, pela pontualidade e técnica apurada, pelo imediato e o desafio,num registo entre a experimentação indie e o fm amigável. O seu composto orgânico, meticuloso, atlético, e até mesmo sinistro, não difere muito dos Bloc Party, Gang of Four, Vampire Weekend, White Rabbits, Rapture e até dos Battles, mas os seus aminoácidos e proteinas são únicas, e impressionam a cada audição. É rock, é pop, é new-wave, é dance, é post punk, é afropop, é ska pop, é math rock, é vigor recarregável no play.Para encher nos ouvidos, passando pelos lobos cerebrais, e descarregar nos pés.

Video:Ballons




Pete & The Pirates
Litle Death
Stolen 2008
O quinteto (Thomas Sanders, Pete Hefferan, David Thorpe, Pete Cattermoul, e Jonny Sanders) de Reading, UK, demorou cerca de oito anos (apesar de terem lançado, sorrateiramente, dois EPs) a preparar o seu primeiro trabalho, em formato longa-duração, tendo iniciado o processo de gravação em 2005, sempre sobre a alçada da pequena e independente Stolen Records (onde também moram os Tap Tap). Este resguarde e espera, certeiros, proveniente do espírito sapiente da banda foi importante, saindo da toca em altura precisa, evitando a exposição supérflua e não alimentando qualquer hype inoportuno. Ninguém deu por eles, na altura em que conjecturavam este Litle Death, preferindo a claustrofobia de um laboratório de sons, às ruas, palcos e pubs infestados de sedentos em busca de novos salvadores.Aplaude-se o modus operanti, e aplaude-se o resultado final! Os oito anos de guarnição, não transformaram este trabalho em algo complexo, escrupuloso, intrigante, ou mesmo imaculado, como seria de esperar de quem se fecha, em obsessão, durante tanto tempo numa cabine de som, apurando instrumentos e cultivando letras. O produtor, Gareth Parton (the Go! Team, Foals), consegue oferecer e injectar nos P&TP uma desenvoltura rítmica e uma energia em riste, feita de processos simples, mas artísticos, e uma versatilidade despretensiosa, coerente e consistente. Este é um trabalho feito de indie rock espicaçado, pop-punk terno, melodias pop em fuga, e despiques vocais, sem artilharias pesadas, que trazem à memória uns Futureheads, na sua fase inicial. Mérito pelos 36 minutos, tremendamente calibrados (feito de rastilhos curtos e céleres), e embebidos em rum. Românticos, mas de espada bem amolada, estes piratas.

Video:Mr Understanding

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