Como é que é Teddy Boys e Girls... Tudo em altas? Venho hoje aqui partilhar com vocês a experiência cinematográfica que tive ontem á noite. Já andava á espera deste filme á uns tempos e ontem á noite visionei finalmente a primeira longa metragem do realizador/ argumentista Martin McDonagh "In Bruges" . E só tenho duas palavras para o descrever,
fa buloso. É verdade, esta película é simplesmente hilariante e fantástica. Á uns tempos que um filme não me fazia sentir como este me fez sentir.Destapei gargalhadas como já não destapava á alguns meses e diverti-me que nem um moço pequeno numa loja de gomas. E aconteceu-me uma coisa que também já não me acontecia á muito tempo, que foi ver uma cena e voltar para trás para a rever. Já agora, estou-me a referir á cena do jantar entre Ray e Chloe. Depois digam-me se esta cena não é simplesmente brilhante.
A acção passa-se, como o titulo indica, em Bruges, que fica na Bélgica, como o Colin Farrell exclama no inicio. É uma cidade medieval extremamente turística, para onde dois assassinos profissionais interpretados por Brendan Gleeson e Colin Farrell são enviados para se manterem escondidos após um golpe em Londres ter dado para o torto.
É sem dúvida alguma, o melhor papel do Colin Farrel em tempos. Ele consegue criar uma personagem que é ao mesmo tempo gabarolas, melancólico, triste e fascinante. Eu sou grande fã deste actor, que é capaz do melhor e do pior. Felizmente para o público, neste filme ele trouxe o seu jogo de cintura todo e compôs o retrato de um assassino profissional inesquecível. Aliás, só ele era capaz de cantar a canção do bandido á sua pretendida sobre anões, isso mesmo, anões e safar-se á grande e á francesa. No papel do outro assassino profissional, compincha de Ray, temos Brendan Gleeson; e que fantástico actor que este senhor é. Ele consegue transmitir através do seu olhar pesado e angustiado, todo o cansaço emocional que esta personagem carrega. Este senhor sempre me deu ares de ser do género "Metes-te comigo e levas um rotativo á cyborg", mas cheira-me que na vida real deve ser um porreiraço. Temos ainda o grande Ralph Fiennes no papel do patrão dos nossos dois artistas. Ele interpreta uma personagem má como as cobras, mas vê-se perfeitamente que o senhor Fiennes está-se a divertir á grande neste papel e está como um peixe dentro de água. Mas a grande surpresa, para mim foi a actriz Clémence Poésy, no papel de amada do senhor Farrell.
A dinâmica entre o senhor Farrell e o senhor Gleeson é extraordinária, tendo pequenos momentos de pura beleza, ora seja a conversar sobre trivialidades ou a discutir a cultura da cidade. Os diálogos são, na minha opinião, o melhor do filme, fazendo lembrar um pouco a escrita de David Mamet. Mas não pensem que este filme é uma comédia fofinha e alegre com um final feliz, pelo contrário, tem uma componente negra e bastante retorcida, que faz os espectadores sentirem-se por vezes um pouco desconfortáveis, o que para mim é a essência desta pequena pérola e onde reside o seu brilhantismo. E só sei que depois de ver este filme fiquei com uma enorme vontade de visitar Bruges, que fica na Bélgica. Fiquem então com o trailer. Beijinhos, abraços e muitos palhaços.
P.S: Canção do bandido significa conversa de engate.
P.S1: Rotativo á cyborg, é um termo utilizado por mim e pelo meu circulo de amigos, referindo-se ao filme Cyborg de 1989 protagonizado pelo senhor Van Damme, em que existe uma cena onde o senhor Van Damme está á porrada com um bandido e de repente destapa um pontapé rotativo, onde uma pequena lâmina sai da sua bota rasgando a jugular do bandido. Foi uma cena que me ficou na memória quando eu era petiz, e daí o nascimento desta expressão. Resumindo e concluindo, quando eu era rapazola, era um bocado artolas.
2024 / 10 filmes [3]
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