Pois é pessoal, mais um fim de semana que se passou, e este foi bastante rico e diversificado em termos de experiências cinematográficas aqui para o vosso compincha. Um dos filmes que visionei foi uma pequena pérola chamada "Shotgun Stories", mas não se deixem enganar pelo nome, não se trata de nenhum filme de tiros, bombas e murros nas trombas, mas sim de um drama sobre uma disputa entre dois grupos de meios irmãos. Este é o primeiro trabalho do realizador argumentista Jeff Nichols e é uma rica ilustração sobre a futilidade e a complexidade da natureza humana, onde o ódio é a palavra do dia. A acção do filme passa-se na zona rural do Arkansas e conta a história de três irmãos que são o "produto" de um pai alcoólico que os abandonou e de uma mãe carregada de ódio. O pai deles acaba por recuperar e casar de novo onde acaba por ter mais quatro filhos. O filme começa com a notícia da morte do pai, e é no funeral deste que o primeiro grupo de irmãos profere umas palavras nada abonatórias em relação a este homem desencadeando uma reacção nada agradável por parte dos filhos do seu segundo casamento. Desde o inicio do filme que o espectador é brindado com pequenas pistas sobre a vida que o primeiro conjunto de irmãos teve. Numa das primeiras imagens, nós vimos o filho mais velho em tronco nu onde reparamos que as suas costas estão marcadas devido a ferimentos de balas. Por aí podemos logo deduzir que a sua vida não tem sido fácil, aliás este grupo de irmãos nem sequer tem nomes normais, sendo conhecidos por Son, Kid e Boy, ou seja, os pais nem se preocuparam em lhes dar nomes. Já o segundo grupo de irmãos teve uma vida mais fácil e mais acomodada, o que não significa que sejam mais civilizados ou mais compreensíveis, pois também eles sucumbem a essa emoção básica e primitiva que é o ódio. As personagens não são psicopatas ou criminosos, são apenas pessoas simples com problemas simples. Son é o irmão mais velho, com um problema de jogo e prestes a perder a mulher e o filho; Kid é o filho mais novo que luta para encontrar conforto nos braços da sua namorada. Ganhando pouco ao trabalhar no mercado de peixe local, ele vive numa tenda no quintal de Son. E por fim temos Boy, o irmão do meio que vive numa carrinha e tenta treinar a equipa de basquetebol local, sempre seguido do seu fiel cão Henry. Boy procura ainda ter a confiança que o seu irmão mais velho emana. Apesar de todas as situações de conflito e violência, é nas situações mais leves que vamos descobrindo estas personagens e vemos como elas dependem umas das outras.
O filho mais velho (Son) é interpretado por Michael Shannon que nos brinda com uma interpretação subtil, mas bastante poderosa, mostrando-nos o retrato de um homem que apenas pretende proteger a sua família e mantê-la unida.
Com uma cinematografia cativante e uma banda sonora assombrosa de Lucero e Pyramid, este filme é um belo estudo de como a natureza humana pode ser perigosa e de como a família está acima de tudo. Espero que ainda não tenham adormecido a ler estas linhas e deixo aqui então o trailer deste pequeno pitéu. Beijinhos, abraços e muitos palhaços.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
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1 comentário:
humm...ou é impressão minha ou esse gajo n é aquele que também entra no Bug do William Friedkin? no bug o gajo faz um papelão...e aparentemente n engana...vamos esperar vê-lo mais vezes.
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