segunda-feira, 2 de junho de 2008

Acção!Progressão!Regressão!Progressão!Regressão!

Já que iniciamos a semana a falar de filmes (gentileza do nosso mui querido e estimável P.E) de acção/pancadaria/irascibilidade/violência/valentia e bravura, porque não abordar os filmes considerados para adultos (isto é, "aqueles que alcançaram a maturidade intelectual" para poder disfrutar de filmes deste genre), que, além dos mirabolantes títulos (que pelo menos têm o mérito de expor deliberadamente a premissa, sem a necessidade de grandes explicações na contra capa) que costumam ostentar, também são pródigos em diálogos entusiasmantes, plenos de interpretações seguras e convincentes, e sequências de puro desenvolvimento narrativo, que antecedem a verdadeira acção (progressão-regressão ininterrupta). Para muitos, os minutos que antecedem o primitivo acasalamento (plural ou singular, conforme o número de intervenientes), são um desperdício de fita, e considerados como momentos de "encher chouriços" (nunca esta expressão fez tamanho sentido, como no caso dos filmes para adultos), mas na minha opinião, estes são os momentos mais criativos e excitantes(intelectualmente), uma vez que podemos conhecer melhor as personagens, contactar com o seu lado emocional, antes de as vermos despidas, à mercê das leis da física, e em agitação/convulsão carnal. Actualmente (...ouvi dizer!) este género de filmes descarta estes momentos de aquecimento global (colóquios introspectivos) e passa logo à peça teatral (balbúrdia introvertida), sendo o único diálogo, além da sonoplastia de excelência, o "olá!" e o "toma lá!" (em línguas de vão desde o galego ao mirandês, passando pelo bielorusso e bretão). É uma pena esta actual lacuna(palavra complicada neste tipo de tema); quem não se lembra de grandes clássicos, com o primor destes diálogos e sequências, como o grande Rambô (perito no arrojamento de faca e flecha...e outros elementos fálicos), ou a Jane Bond I,II,III,IV (e o seu martini shaken, pa caramba, e not stirred), entre outros exemplos de excelência em representação. Cada vez mais a representação dá lugar à expressão....corporal, que peninha! Aqui fica uma das melhores sequências de abertura de um filme Porno (e não Porco...apesar de só mudar um letrinha apenas), que faria inveja a um Crododile Dundee. Aqui, podemos, em breves instantes, e num misto de metáforas, terror/pânico em alta tensão (com n),vislumbrar a coragem de um pequeno Canadiano, que luta titanicamente com um ser rastejante (bem vivo, ameaçador, e sem as vacinas em dia), salvando a dama (com dons de escadote), e por isso, tendo direito à devida recompensa (espécie foca no Zoomarine). Homem (com tiques de But Spencer) vs Animal (mutante e matreiro), num combate de um round apenas, mas de grande carga emocional,numa coreografia de forte beleza visual, e improvisação ao mais alto nível. Oscar (mais um objecto fálico), ou melhor, Urso de prata (pelo vigor), para este grande senhor (em performance), imediatamente!!!!



p.s-não foram feridos quaisquer animais no decorrer desta sequência...(apenas um ou duas assaduras na virilha dos intervenientes).garantidamente!!!

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