O semanário inglês NME já andava à meses a apregoar e proclamar os Late of Pier como novos heróis, e amplificar o seu Lp de estreia, Fantasy Black Channel, como algo fenomenal, dedicando páginas atrás de páginas, e rendilhando vigorosos e ferozes adjectivos atrás de adjectivos sobre a banda de Nottingham. Ok, toda a gente, menos alguns ingleses facilmente alienáveis, sabem que nunca se deve confiar nas palavras vindas do NME, nem ficar facilmente excitável com o rol de simpatias que tendem a distribuir por certos artistas, mas em cada 20 críticas altamente viciadas, 1 é verdadeira, e acertam em cheio no Euro-milhões, ou melhor, no Totobola da Premier League, e isso aconteceu com os Late of Pier. Por todo o histórico do NME é normal que avance para os Late of Pier com alguma desconfiança, mas bastam meros segundos para perceber que aqui brota qualidade, criatividade e saudável ira, e que o produtor Erol Alkan marca notoriamente pontos, com a sua assídua e marcante presença, que se ouve, e sente, na cabeça e pés. Fantasy Black Channel é um "kick in the ass" nos polidos e asseados Klaxons ou mesmo nos açucarados Friendly Fires. Apesar de partilharem o mesmo escalão etário, com as bandas anteriormente mencionadas, os Late of Pier fazem questão de manter a barba rala, o cabelo com caspa, ostentar umas t-shirts fora de moda rasgadas,e empunhar guitarras e amplificadores sem dono...basta olhar para a cover-art, meio árida, antipática, e com cores (secundárias) menos atraentes, comparativamente com as supimpas dos Klaxons, Friendly Fires e outros.
A banda de Nothingam anda mais próxima dos jorros de demência de uns Of Montreal, ou de uns These New Puritans, Justice, M.I.A, Animal Collective, ou mesmo de uns Bloc Party/Franz Ferdinand, adoptando o ímpeto e a imprevisibilidade, e introduzindo na sua música toda a fúria e desvario teenager, mas de forma bem adulta e altamente eficiente/cativante. Fantasy Black Channel mistura genialmente diversos géneros musicais, indo buscar peças ao synthpop, ao rock, glamrock, ao trash, ao noise, arrojando guitarras contra electrónicas de forma desembaraçada e pujante. Vibrante, sem estribeiras, e extasiante!
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
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