Jóhann Jóhannsson
Englabörn
Touch, 2003
Jóhann Jóhannsson é um compositor/produtor/multi-instrumentalista Islandês perito em extrair sensibilidade a laptops, e emitir elevadas doses, predominantemente tristes e profundas, de simples e acessível beleza em formato panorâmico, que funcionam em ecos de galerias artísticas, ou tímpanos feitos de fino vidro. Johann Johannsson junta aos seus dotes a elaboração de bandas-sonoras, instalações, operas e poemas, sendo parte do colectivo de arte Kitchen Motors cuja colaboração tem resultado em pequenos espectáculos independentes, livros, e programas de rádio.O seu primeiro registo, Englaborn, é um marco da música contemporânea/orgânica de raíz clássica, depois deste seguiram-se outros dois, Virðulegu Forsetar (2004), mais abstracto, e IBM 1401, A User's Manual (2006), mais desprendido. Dotado de quarteto de cordas, instrumentos tradicionais, teclas (pianos e órgãos), glockenspiel, e pacífica electrónica , a sua música é um doce nicho de frágeis melodias trajadas a melancolia, que habitam enregelados dias de Inverno. As 16 faixas que constituem este trabalho, são de núcleo singular, girando em torno da mesma carga (thriller, romance, drama e comédia), da mesma ideia matriz, com a perfeição e economia de um dispositivo de cofre. Esta simplicidade tocante arrasta-nos com ela, em direcção a um monte de neve acumulada, que não quer sair do caminho, e que apenas quer ser lembrado na sua forma primitiva e bruta. Englaborn vê agora, e novamente, a luz do dia pela 4Ad (editora do último registo) para quem gosta de se deixar levar por violências internas, daquelas que deixam marca, mas não molestam nem magoam.
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